quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Discipulado

O evangelho nos desafia a fazermos discípulos de todas as pessoas, aquelas que seguem a Jesus Cristo no pensamento e na prática. O discipulado inclui um relacionamento pessoal e em constante evolução com Deus através de Jesus Cristo, recebendo o senhorio de Jesus sobre nossas vidas e aquilo que possuímos, submetendo-nos às exigências doutrinárias e éticas de Seus ensinamentos nas Escrituras, amadurecendo no caráter e instruções divinas, fazendo parte de uma igreja local e servindo ao Senhor incondicionalmente em tudo o que realizamos. A igreja é o primeiro instrumento que Deus ordenou para estimular e estabelecer o discipulado.Isto significa que jamais poderemos estar satisfeitos com um evangelho que não proclama e determina uma vida de obediência a Deus através de Jesus Cristo em todas as áreas da vida, seja pessoal, social ou econômica. Significa também que o discipulado flui através de um coração aquecido rumo a Deus, de tal forma que a obediência não se torna um fardo mas algo baseado em nossa resposta ao amor de Deus em Jesus Cristo.
Quando leio esta REFERÊNCIA HABITUAL tão específica – discipulado —sinto-me maravilhado por ser este o tema principal que abrange completamente as nossas vidas. Estou consciente também de que estamos falando sobre um jeito característico de viver. Viver com gratidão. Penso nos homens e mulheres que, através dos anos, têm firmemente me discipulado e em muitos de vocês que têm sido beneficiados por aqueles que os aconselham ao longo da vida cristã. Eles têm investido suas próprias vidas nas nossas, e quando o fazem, têm uma expectativa. Eles esperam que façamos o mesmo – invistamos nossas vidas nas dos outros de tal maneira que o plano de Deus seja consumado. (Mateus 28:19).Como estamos agindo para levarmos homens e mulheres a Jesus e ajudá-los a andarem felizes na nova vida? Parece-me que às vezes esperamos que os outros façam o trabalho por nós. Não queremos assumir o compromisso com o tempo e tampouco fazer esforços. Não queremos fechar a notória “porta de trás”. Fechar essa porta requer compromisso com tempo, quer estejamos falando sobre uma pessoa e sua caminhada com Cristo ou sobre as famílias que entram pelas portas de nossas igrejas. ( um outro tópico).Precisamos gastar tempo para realmente conhecermos as pessoas que Deus permite entrar em nossas vidas e deixar que elas nos conheçam. Isto é muito mais que uma aula sobre discipulado ou para novos convertidos. É mais que um estudo Bíblico. É necessário que entendamos que isto é importante no processo de discipulado, mas não é todo o quadro. O quadro completo inclui o partilhar das vidas, e isso demanda tempo. Precisamos gastar tempo com os novos convertidos se quisermos ver suas vidas refletindo Cristo. Eles precisam passar tempo conosco se quiserem se tornar o que Deus os chamou a ser. Eles têm que ver a maturidade na vida dos Cristãos – como nos relacionamos com nossos familiares, nossos cônjuges, líderes, pares e tudo o mais com o que nos envolvemos em nossas vidas. Isto não significa vivermos juntos ( apesar de às vezes funcionar em alguns casos), mas significa muito mais que uma hora de estudos em uma sala.Imagine isto: Phil (Cristão por muitos anos) encontra-se com Jack (novo Cristão) na igreja. Jack e sua família são novos para a igreja e conhecem poucas pessoas. Phil sugere que Jack faça o curso para novos convertidos que a igreja oferece e Jack concorda. Eu diria que Phil iniciou um relacionamento com Jack. Os convites para as famílias jantarem juntas, assistirem aos jogos das crianças, os maridos irem às reuniões envolvendo os homens da igreja, ( a esposa de Phil faria o mesmo com a esposa de Jack quanto à reunião de mulheres), e quaisquer outras atividades envolvendo ambas as famílias, são exemplos de “inclusão” à nova vida. Estes eventos podem até não ser altamente “espirituais”, mas ainda assim é uma parte muito importante do discipulado de Jack. Nesse processo Phil procuraria oportunidades para falar dos problemas diários de uma Cristão e daria a ele chance de esclarecer suas dúvidas. Phil é perfeito? Não. Ele está apenas tentando passar com Jack algum tempo e partilhar o que ele (Phil) conhece a respeito da fé. Ele tem um desejo de ver Jack e sua família tornarem-se Cristãos maduros, verdadeiros discípulos de Cristo.Os Phils entre nós às vezes tornam-se um pouco complacentes Sentimos que somos maduros e ficamos felizes pela maneira que Deus está atuando. Precisamos nos lembrar que também somos discípulos de Jesus Cristo. Também precisamos ter pessoas em nossas vidas que nos ajudem a chegarmos ao próximo nível de relacionamento com o Mestre Discipulador. É este tipo de relacionamento que nos ajuda a nos manter submissos a Deus, a continuarmos a viver nossas vidas com desenvoltura e mantermos um espírito receptivo ao ensino. Dizemos a nós mesmos, aos nossos familiares e àqueles que discipulamos, que ainda não atingimos o alvo, que Deus está nos ensinando, que ainda precisamos de Jesus, que ainda precisamos crescer. Isto está inserido neste relacionamento – nosso contínuo discipulado – a igreja tem que se responsabilizar pelo discipulado. Parece-me que o discipulado tem que ser visto como uma linha do tempo em nossas vidas. Entramos num relacionamento com Jesus, e se as coisas funcionarem bem, teremos alguém nomeado para nós ou encontraremos alguém que gastará tempo conosco nos ajudando a estudar a Palavra pela primeira vez. Oraremos. Louvaremos. Compartilharemos as boas novas. Equilibraremos nossas finanças. Criaremos nossos filhos. Amaremos nossos cônjuges. Discipularemos um novo convertido. Com a ajuda de outra (s) pessoa (s), cresceremos mais e mais como Cristãos maduros na fé. Cristãos que precisam de um meio para dar vazão à graça que Deus tem depositado em nós. É tempo de trabalharmos com um novo Cristão para que continuemos a discipular a nós mesmos.Vários termos são usados em nossos dias: pastoreamento, cuidado pastoral, aconselhamento e discipulado. Um exemplo pode ser utilizado para cada um deles sendo algo singular e diferente. O discipulado se compõe de uma série de relcionamentos nos quais recebemos algo de outros mais maturos e experientes e damos àqueles que são mais novos na fé. Estes tipos de relacionamentos, entretanto, devem continuar por toda a vida. Não deveríamos nunca deixar de ser discipulados, nem tampouco cansarmos de discipular os outros.Quando pensarmos em discipulado, precisamos estar dispostos a receber e a dar – receber o amor de Deus e o seu cuidado através dos instrumentos humanos que Ele coloca em nossas vidas, dar aos outros o amor e cuidado que Deus nos tem dado. Vamos examinar nossas vidas e não apenas ensinar sobre o discipulado, mas fazê-lo parte da nossa existência? Quem você está discipulando pessoalmente? Quem está lhe discipulando?

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